Como negociar Ouro
O ouro, que passou para o imaginário
popular como o símbolo de riqueza e ostentação dos reis, é mais
acessível ao investidor do que se pode supor. Há aplicações em ouro para
todos os gostos e exposição aos riscos. Os investidores podem comprar
ouro físico no mercado de balcão, ou buscar operações mais sofisticadas
na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), onde são negociados
contratos futuros, e opções (de compra ou venda) de ouro.
A
formação do preço do metal no Brasil é baseada no preço praticado na
Commodities Exchange (Comex), a bolsa de mercadorias de Nova Iorque, que
é a maior bolsa de ouro do mundo e negocia o maior volume desse metal
no mercado futuro. O motivo do mercado brasileiro se basear na Comex
deve-se à coincidência de horários. O preço praticado internamente é o
mesmo do pregão dessa bolsa no exato momento em que as quantidades estão
sendo compradas ou vendidas, transformado para real pelo câmbio do
dólar no mercado paralelo.
Existem também outros
fatores que podem influir na determinação do preço do ouro no mercado
brasileiro. Um exemplo: um fato qualquer que gere instabilidade política
pode ser suficiente para aumentar o preço do ouro, assim como a
normalidade política contribui para a estabilidade dos preços. Da mesma
forma podem mexer com o preço do ouro alguns episódios nas áreas
econômica ou social.
É desnecessário dizer que
quando isso ocorre, o preço de outras mercadorias e das moedas
estrangeiras, inclusive o dólar, igualmente recebem o impacto dessas
mesmas variáveis.
Passo-a-passo
Há
duas formas de comprar ouro: no mercado de balcão ou na BM&F. Para
investir em ouro na bolsa, a primeira medida é abrir uma conta em uma
corretora de valores. Uma vez cadastrado, o investidor requisita a
compra do metal por meio da corretora. Na BM&F, os contratos são
negociados em lotes-padrão de 250 gramas de ouro. Não é possível
comprar, por exemplo, 100 gramas de ouro. O aplicador só pode adquirir
lotes inteiros – um lote (250 gramas), dois lotes (500 gramas), três
(750 gramas) e assim por diante.
Por isso, quem optar por operar na BM&F deve estar preparado para desembolsos elevados.
A
partir da compra, o investidor tem duas opções. A primeira é deixar seu
ouro guardado na BM&F ou em algum banco cadastrado pela bolsa para
tanto. Quem guarda o ouro é chamado de custodiante, e cobra uma taxa por
isso – a taxa de custódia, que é bastante familiar para quem já investe
em ações. Além disso, ao adquirir o metal, o investidor também contrata
um seguro – afinal de contas, em um caso extremo, alguém pode roubar o
banco e, por tabela, o ouro ali depositado.
A outra
opção é receber fisicamente o ouro - isto é, literalmente pegar as
barras. Nesse caso, o principal inconveniente é a segurança. Alguém
saindo de um banco com duas ou três barras de ouro está tão ou mais
sujeito a ser assaltado do que uma pessoa que sacou algumas notas de
real no caixa automático. Deixar o ouro no cofre de casa também expõe o
investidor ao mesmo risco de ser assaltado e ver suas jóias e outros
bens levados.
O outro custo envolvido na compra de ouro é
o pagamento pelos serviços da corretora. Ao dar a ordem de compra, o
investidor deve desembolsar um percentual do valor total envolvido na
transação, de acordo com a corretora. Essa porcentagem envolve a taxa de
corretagem, emolumentos e outros custos da instituição.
Venda e impostos
Para
vender o metal, o investidor passará por uma de duas situações. A mais
complicada é ele ter recebido fisicamente as barras. Neste caso, para
voltar a vender o metal na BM&F, precisará primeiro contratar uma
empresa especializada em certificar a qualidade e a autenticidade do
metal, a fim de evitar fraudes. O preço não é baixo. Na média, esses
especialistas cobram 2% do valor envolvido. Com o certificado de
autenticidade, procura sua corretora, dá a ordem de venda e, uma vez
fechado o negócio, entrega o metal em algum banco combinado.
Se
o ouro ficou todo o tempo sob custódia da BM&F ou de alguma
instituição, o caminho é mais simples. Basta ligar para a corretora e
mandar vendê-lo. Em qualquer situação, haverá o custo da corretora. O
investidor recebe pela venda no dia seguinte ao fechamento da operação
(em D+1).
O único imposto pago por quem investir em ouro
é o Imposto de Renda. A alíquota é sobre o lucro da operação. Ao
contrário de algumas aplicações, em que a própria corretora já deposita o
dinheiro na conta do investidor (líquido de impostos), no caso do ouro
cabe à pessoa a tarefa de declará-lo.
Pequenos investidores
Mas
não é necessário ter milhares de reais para incorporar o ouro ao seu
repertório de investimentos. Também é possível aplicar no metal através
do chamado mercado de balcão. Nesse mercado, é permitido investir em
qualquer quantidade de ouro – até mesmo em um grama. Esse mercado é
formado por corretoras especializadas em negociar o metal. A vantagem é
justamente a flexibilidade de adequar o investimento ao tamanho do bolso
do aplicador. Isso significa que, com pouco dinheiro (o custo de um
grama), já é possível entrar no jogo.
Comprar ouro no
balcão é como comprar dólar na casa de câmbio: não há uma taxa de
corretagem. O lucro da corretora vem do spread entre o preço que ela
paga pelo metal e aquele pelo qual o revende ao investidor. A
desvantagem é que, geralmente, o ouro comprado no balcão tem entrega
física – ou seja, a pessoa sai da instituição com alguns gramas de ouro
na pasta. Para compensar o risco de ser assaltado e perder o
investimento, o aplicador precisa se preocupar com a contratação de
seguro e aluguel de um cofre em algum banco, por exemplo, para guardar
seu patrimônio.
Se quiser vender o metal, terá de
transportá-lo novamente até a corretora especializada. A vantagem é que o
pagamento é feito à vista, no mesmo dia, em vez de no dia seguinte. O
Imposto de Renda segue as mesmas regras do ouro negociado na BM&F.
Além disso,
como todo investimento, é preciso conhecer o mercado. Muitos consultores
financeiros afirmam que o ouro é um tipo de aplicação recomendado para
investidores experientes, por causa da variação diária da cotação. Como o
ouro é negociado mundialmente, a formação de seu preço segue os mesmos
princípios do de qualquer commodity.
Mas, em momentos de crise, os
números deixam claro que o metal é uma das opções para se proteger. Para
quem está cansado da montanha-russa em que se transformou o mercado
financeiro, esta pode ser uma opção relativamente segura.
Fonte de matéria: http://www.monitorinvestimentos.com.br
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